Há uma coisa neste mundo que nunca te deves esquecer de fazer.
Se te esqueceres de tudo o resto, mas não disto, não terás com que te preocupar, mas se te lembrares de tudo o resto, mas não disto, então nada terás feito na tua vida.
É como se um rei te tivesse mandado a um país para cumprir uma tarefa, e fizesses mil outros serviços, mas não aquele que te mandou.
Também cada um dos seres humanos vem a este mundo para cumprir uma tarefa em particular.
Esse trabalho é o propósito, e cada um é específico para cada pessoa.
Se não o fizeres, é como se uma inestimável espada indiana fosse usada para fatiar carne podre. É uma taça dourada usada para cozinhar nabos, quando uma limalha da taça poderia comprar cem potes apropriados. É como uma faca da mais fina têmpera pregada à parede a servir de cabide.
Tu dizes: «Mas repara, estou a usá-la, não é inútil.» Ouves o quão ridículo isso soa? Por um cêntimo se pode comprar um prego.
Dirás: «Mas eu gasto as minhas energias em projectos imponentes. Estudo filosofia, direito, lógica, astronomia e medicina.» Mas considera porque fazes essas coisas.
São todas ramos de ti próprio e do quão admirável és.
Lembra-te da profunda raiz do teu ser, a presença do teu Deus.
Dá-te àquele que já é dono do teu fôlego e dos teus momentos.
Se não o fizeres, serás como o homem que usa uma adaga cerimonial como prego para pendurar uma cabaça.
Estarás a desperdiçar a tua inestimável sagacidade e a esqueceres-te da tua dignidade e do teu propósito.