Mesmo agora assalta-me a recordação
Desses olhos de corça assustada
Dessa voz trémula das lágrimas que lhe invadiam
A face da cabeça vergada sob o peso da amargura
Quando escutou a minha sentença
Mesmo agora por mais que me esforce
Não me recordo de alguma vez ter contemplado
Um rosto como o seu A sua beleza
Eclipsa a da deusa do amor e a da lua
Mesmo agora o meu coração sofre noite
E dia por nunca mais poder voltar
A ver nem que seja por um instante
Esse rosto belo como a lua cheia
Cuja frescura faz empalidecer os jasmins
Bilhana Kavi (séc. XI)
(Versões de Jorge Sousa Braga in "Os Cinquenta Poemas do Amor Furtivo (e outros poemas eróticos da Índia antiga)" - Assírio & Alvim, 2004)
("Lonely Lady on Terrace", Virahini Nayika)