Aquele que é sincero na sua busca espiritual deverá transcender as alegrias e os prazeres, meros reflexos da glória divina. Não deverá permitir que coisas tais o satisfaçam; ainda que provenham de Deus, que existam pela graça divina e possuam a radiância da beleza divina, não são eternas. O que é domínio de Deus é eterno, o que é domínio do Homem efémero é.
Pensa nos raios de sol cintilando sobre as casas. São raios de sol, e por isso são luz, mas estão ligados ao sol, não às casas. Quando o sol se põe, a sua luz desvanece. O que temos a fazer, então, é ser o próprio sol, para que todo o medo, que nasce da separação, possa finalmente, e para sempre, cessar.
Rumi (1207 - 1273),
in "Cartas".
(Versão de Pedro Belo Clara a partir da tradução inglesa de Andrew Harvey in "Teachings of Rumi" - Shambhala Pub., 1999.)
(Sem título -
Nicki Geigert)