I.
Em Hoso Tôge, que fica no caminho de Tafu no Mine para Ryumon.
acima do voo da cotovia
deito-me no céu
desta passagem de montanha
II.
por sobre o arrozal
o som da água que corre -
ó que delícia!
III.
Caminhando ao longo da estrada de Kiso, fiquei em Ôtsu e fui ver os pirilampos em Seta.
pirilampos -
na água dos arrozais
luas reflectidas
IV.
escutando a flauta
que ninguém toca
no Templo de Suma
V.
pirilampos -
pétalas das cerejeiras de Yoshino
em frente dos meus olhos
VI.
Consolando o hospedeiro, Rakugo, pela morte de seu filho.
como é frágil
uma flor
no calor do verão!
Matsuo Bashô (1644 - 1694)
(Tradução e adaptação de Joaquim M. Palma, in "O Eremita Viajante", Assírio & Alvim, 2016.)
("Pássaros e Flores da Primavera e do Verão",
primeiro de um par de seis painéis de Kano Eino -
Período Edo, 1603-1867)
Maravilhosos poemas de um sabor tão único...
ResponderEliminarO Haiku é por excelência uma forma purificada de poesia, sublime na sua enorme (e aparente) simplicidade.
EliminarGrato pela visita, meu caro.
Abraço.