Sou oceano sem fim.
Duma forma ou doutra,
Duma forma ou doutra,
O vento, soprando para onde deseja,
Comanda o navio do mundo.
Mas eu não sou perturbado.
Sou as profundezas infindas
Donde as vagas de todos os mundos
Erguem-se e tombam naturalmente.
Mas eu não me ergo nem tombo.
Sou o fundo infinito
Onde todos os mundos
Aparentam despontar.
Além de todas as formas,
Eternamente sereno,
Assim eu sou.
Não estou no mundo,
O mundo não está em mim.
Sou puro.
Sou infinito.
Sem apego,
Sem desejo,
Sereno.
Assim eu sou.
Oh, quão maravilhoso!
Sou consciência,
Nada mais.
O mundo é um espectáculo de magia!
Mas, em mim,
Nada existe para abraçar,
Nada existe para rejeitar.
Ashtavakra (? - ?)
(Versão de Pedro Belo Clara a partir da tradução inglesa de Thomas Byrom in "The Heart Of Awareness - A Translation of the Ashtavakra Gita", Shambhala Dragon Editions, 2001.)
(Versão de Pedro Belo Clara a partir da tradução inglesa de Thomas Byrom in "The Heart Of Awareness - A Translation of the Ashtavakra Gita", Shambhala Dragon Editions, 2001.)
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