I.
O orgulho grava as suas máscaras em pedra,
o amor rende-se oferecendo flores.
II.
O amor é um mistério infinito,
pois ele nada tem para explicar.
III.
O amor continua a ser um segredo
mesmo quando se fala dele,
pois só o verdadeiro amante sabe que é amado.
IV.
No abundante tempo das rosas, o amor é vinho;
é alimento para a fome na altura
na altura em que as suas pétalas se desprendem.
V.
As nuvens, tristes por estarem na escuridão,
esquecem-se que também elas
esconderam, de dia, o sol.
Rabindranath Tagore (1861 - 1941)
(Selecção de Pedro Belo Clara a partir das traduções de Joaquim M. Palma in "A Asa e a Luz" (Assírio & Alvim, 2016)).
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