I.
O cuco cantou:
olhei na direcção do canto
mas só aí estava
a lua da madrugada.
Fujiwara No Sanesada (1139 - 1192)
II.
Dominado pela escuridão,
a sombra debaixo duma árvore,
construo a minha pousada;
e esta noite o meu estalajadeiro
será uma flor.
Taira Tadanori (1144 - 1184)
III.
Tarde de chumbo.
Espero-te na praia
e tu não chegas.
Como a água que ferve
sob o sol - assim ardo.
Fujiwara No Sadaie (1162 - 1241)
IV.
Vejo uma flor caída
voltar para o ramo.
Ah! Uma borboleta.
Arakida Moritake (1473 - 1549)
(Traduções de Luís Pignatelli, in "A Pedra-que-mata, Poesia Japonesa" - Língua morta, 2016.)
(Pintura de Xu Xi, artista chinês (886 - 975))
síntese e profundidade ...um origami de palavras
ResponderEliminar"Origami de palavras" - bem dito, caro amigo. Obrigado pela visita. Fico contente que tenha gostado. Um abraço.
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