Para quê a palavra,
quando o amor tornou
ébrio o coração?
Embrulhei o diamante
no meu manto. Para quê
desenrolá-lo uma e outra vez?
Quando a carga era leve,
o prato da balança subia.
Agora que está cheio,
para quê pesá-lo?
O cisne levantou voo
rumo ao lago além-montanhas.
Por que deverá continuar
à procura de charcos e valas?
O teu Senhor habita em ti.
Para quê abrir os olhos exteriores?
Kabir diz: Escuta, irmão:
o meu Senhor, que o olhar me arrebata,
a mim se uniu.
Kabir (1440 - 1518)
(Versão de Pedro Belo Clara a partir da versão inglesa de Rabindranath Tagore - "Songs of Kabir", 1915).
(Golden Afternoon Meditation,
de Laura Iverson.)
Sem comentários:
Enviar um comentário