terça-feira, 16 de agosto de 2016
CANÇÃO VI
A lua brilha em meu corpo,
mas meus cegos olhos
não a conseguem ver.
(A lua está em mim, assim como o sol).
O intocável tambor da eternidade
tem em mim o seu som,
mas meus surdos ouvidos
não o conseguem escutar.
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Enquanto o homem reivindicar
o "eu" e "meu",
suas obras serão nefastas.
Quando todo o amor
pelo "eu" e "meu"
estiver morto, então
o trabalho divino será feito.
Pois tal obra não tem outro propósito
que não seja
a obtenção de conhecimento.
E quando este chega,
o trabalho é abandonado.
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A flor desabrocha em nome do fruto.
Quando o fruto surge, a flor mirra.
O almíscar reside no veado,
mas este não o busca em si
- ele vagueia
numa demanda por erva.
Kabir (1440 - 1518)
(Versões de Pedro Belo Clara a partir da tradução inglesa levada a cabo por Rabindranath Tagore ("Songs of Kabir", 1915)).
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