Há nesta árvore um pássaro
que dança na alegria da vida.
Ninguém sabe onde pousa.
E quem sabe qual poderá ser
o fardo da sua canção?
Onde os ramos estendem
uma sombra profunda,
aí tem ele o seu ninho.
Chega ao anoitecer
e parte com a manhã,
e nenhuma palavra profere
sobre o sentido de tudo isso.
Ninguém me diz nada sobre
este pássaro que canta em mim.
Não é colorido, nem sequer
desprovido de cor; não tem
nem forma nem contorno.
Senta-se na sombra do amor;
reside no Intangível, no Infindo
e no Eterno; e ninguém nota
quando chega ou parte.
Kabir diz: Oh sadhu, meu irmão!
Profundo é o mistério. Deixa
que os sábios procurem saber
onde tal pássaro repousa.
Kabir (1440 - 1518)
(Versão de Pedro Belo Clara a partir da versão inglesa de Rabindranath Tagore - "Songs of Kabir", 1915).
(The Christmas Dove, por Eugene McNerney)
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