Durante muito tempo
troquei as montanhas e os lagos
por um cargo oficial
mas agora palmilho montes e rios longamente
pois as planuras, charnecas e bosques
me encantam
levo comigo uma criança pela mão
e afastando arbustos abrindo caminho
andamos pelas ruas de uma aldeia em ruínas
divago meio perdido através de túmulos
e detenho-me nos lugares outrora habitados
pois poços e casas deixam vestígios
silvedos e bambus, cepos apodrecidos.
Interrogo um lenhador
toda esta gente o que é feito dela
e ele responde voltando-se para mim
estão todos mortos, não ficou vivalma
basta uma geração
para que a corte e o povo se renove
como é certeiro este ditado
a vida humana é apenas ilusão
acabamos todos por voltar ao nada.
Tao Yuanming (365 - 427)
(Versão de Manuel Afonso Costa in "Poesia e Prosa - Tao Yuanming", Assírio & Alvim, outubro de 2019.)
de Lingxue.)
PENSO POETA, ESTES BELOS POEMAS TRAZEM TODA A VERDADE, EMBORA ALGUMAS VERDADES, ATÉ EVITAMOS, CONHECER-SE A SI MESMO, E ENTENDER O CRISIO, "A VERDADE VOS LIBERTARÁ", MESMO ASSIM, O MUNDO TODO,AINDA NÃO ENTENDE, ESTAS COISAS PROFUNDAS TRISTES EMBELEZAM OS POEMAS E PERTENCEM AOS POETAS E PENSADORES.
ResponderEliminaralguns complexados com opiniões contrárias têm medo de falar de coisas do passado, quando no passado está muita sabedoria e muita injustiça a reparar, sob as cinzas do esquecimento. E bastaria um sopro mais determinado e todo esse passado ressurgiria quer das brumas da memória, quer das brumas do tempo. A arqueologia da memória deve ser investigada também. E o poema é uma das ferramentas para essa investigação. Pessoalmente, delicio-me em saber coisa do passado.
ResponderEliminarPedro Marques
Agradeço as vossas visitas e respectivos comentários, meus amigos.
ResponderEliminarBom domingo.
Abraços.