quarta-feira, 18 de maio de 2016
Quatro poemas de Dogen
I.
As ondas recuam.
Nem mesmo o vento
segura um pequeno
barco abandonado.
A lua é um claro
sinal da meia-noite.
II.
Aves marítimas,
em constante partida e chegada.
Os rastos desaparecem,
mas jamais elas
esquecem o seu rumo.
III.
Ao vento da primavera,
flores de pessegueiro
começam por cair.
As dúvidas não se adornam
de ramos e folhas.
IV.
Uma garça-real,
branca, esconde-se
num campo coberto de neve,
onde nem as ervas de inverno
podem ser vistas.
Eihei Dogen (1200 - 1253)
(Tradução e adaptação de versões em inglês por Pedro Belo Clara).
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