Dou-me com pouca gente aqui no campo
no meu cantinho cavalos e carroças raramente passam
no meu cantinho cavalos e carroças raramente passam
durante o dia o portão fica fechado
e na sala vazia o mundo vazio não entra
de vez em quando abrindo caminho entre as ervas
procuro a casa de alguns vizinhos
mas quando a gente se encontra falamos apenas
de como medram as amoreiras e o cânhamo
pois a amoreira e o cânhamo crescem a olhos vistos
e a minha horta de igual modo prospera
somente temo a geada e o granizo
e que tudo arruínem, como as ervas daninhas.
Tao Yuanming (365 - 427)
(Versão de Manuel Afonso Costa in "Poesia e Prosa - Tao Yuanming", Assírio & Alvim, outubro de 2019.)
("Nêsperas e Um Pássaro da Montanha",
Anónimo, sécs. XII ou XIII)
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